Wednesday, 3 October 2012

Dilma defende que países árabes liderem busca da paz da região

Dilma defende que países árabes liderem busca da paz da região:
LIMA - No discurso de abertura da Cúpula América do Sul - Países Árabes (Aspa), nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff condenou os ataques às representações diplomáticas dos Estados Unidos e países aliados em protesto contra o filme anti-islã. Em dez minutos de fala, Dilma defendeu a busca da paz no Oriente Médio pelos próprios países e criticou a ação do quarteto Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Organização das Nações Unidas que tenta o entendimento entre Israel e Palestina.
- É importante que outros eventos no Oriente Médio não nos façam esquecer a questão de Israel e Palestina. O reconhecimento do Estado Palestino pela ONU no contexto da solução dos dois estados é única alternativa para a paz na região. O Conselho de Segurança da ONU não pode abdicar de suas atribuições e transferi-las para um quarteto inoperante - afirmou Dilma.
A presidente condenou a intolerância religiosa, marcada nos últimos dias por ataques às representações dos Estados Unidos e aliados, por causa do filme anti-islã produzido naquele país, mas também repudiou manifestações contra o islã.
- Repudiamos todas as formas de intolerância religiosa e, diante dos acontecimentos das últimas semanas, reafirmamos nossa condenação veemente de todas as manifestações de islamofobia e, com a mesma veemência, afirmamos nosso repúdio aos atos recentes de violência e terrorismo praticados contra os Estados Unidos, Alemanha e outros países - afirmou.
Dilma também condenou ações militares de outros países no Oriente Médio:
- Preocupa também a crescente retórica em prol de ação militar unilateral contra as instalações no Irã. Qualquer iniciativa desse tipo constituirá violação da carta da ONU, desestabilizará ainda mais o Oriente Médio e atingirá sua população, com gravíssimas consequências para a humanidade
Para a presidente, as transformações políticas por que passam os países árabes "merecem especial atenção". Dilma afirmou que as manifestações populares mostram o desejo de participação política, desenvolvimento e justiça social, movimento semelhante ao vivido recentemente na América Latina. Porém a presidente disse que algumas situações causam preocupação, citando a situação da Síria.
- A maior responsabilidade pelo ciclo de violência recai sobre o governo de Damasco, vitimando sobretudo mulheres, crianças e jovens. Mas sabemos também da responsabilidade das oposições armadas, especialmente daquelas que contam com apoio militar e logístico estrangeiro - disse a presidente.
Ela manteve o discurso de que uma solução negociada é o único caminho para a paz na região:
- O Brasil tem apoiado os esforços da ONU e da Liga Árabe em favor de uma solução negociada para o conflito, a única solução possível. Esperamos que todos os envolvidos aceitem o caminho do diálogo, que é o caminho da paz na região.
A presidente também se referiu aos problemas internos da Líbia e do Iraque, dizendo que os conflitos são "agravados pela intervenção externa" que esses países sofreram:
- A solução para os problemas enfrentados pelos países árabes só poderá encontrada por eles próprios. Queremos contribuir para a reconstrução desses países e para o desenvolvimento econômico e social, mas sabemos que o caminho desses países passa por eles.