Ministro japonês pede demissão após escândalo envolvendo a máfia:
TÓQUIO - O ministro da Justiça do Japão, Keishu Tanaka, pediu demissão nesta terça-feira em meio a um escândalo que o acusa de envolvimento com a máfia e de receber dinheiro ilícito para campanha política. Um dia após receber alta de um hospital em Tóquio, Tanaka entregou sua carta de renúncia, alegando sofrer de graves problemas de saúde. Na sexta-feira, ele foi internado com dores no peito, batimentos cardíacos irregulares e pressão alta, segundo assessores.
Tanaka, de 74 anos, foi indicado como ministro há três semanas, quando o primeiro-ministro Yoshihiko Noda reformulou seu Gabinete. Recentemente, uma revista denunciou que ele já foi amigo de membros da máfia Yakuza, uma das mais temidas organizações criminosas do país.
Em esclarecimentos, Tanaka admitiu ter sido o cupido do casamento de dois membros da gangue e ter comparecido a uma festa promovida pelo chefe da organização há 30 anos. No entanto, ele assegurou que não sabia que os amigos pertenciam à Yakuza.
Além disso, o ministro também assumiu que seu partido recebeu 420 mil yens (cerca de US$ 5.300) em doações de uma companhia dirigida por estrangeiros entre os anos de 2006 e 2009, o que é ilegal no Japão. De acordo com assessores, Tanaka teria devolvido toda a quantia, mas a pressão popular para que deixasse o cargo cresceu.
A renúncia de Tanaka acontece em um momento delicado para o premier, que tem apenas 20% da aprovação popular, segundo as últimas pesquisas. Ele está sendo pressionado para convocar eleições antecipadas e analistas afirmam que seu partido tem poucas chances de vencer.
Em setembro de 2011, outro ministro do governo de Yoshihiko renunciou: Yoshio Hachiro, ex-ministro do Comércio, deixou cargo após cometer uma gafe sobre radiação após o vazamento nuclear da usina de Fukushima, danificada por um terremoto seguido de uma tsunami que arrasaram a parte nordeste do Japão.