Cameron, no entanto, sugeriu que o Reino Unido e a França estariam preparados para caminharem sozinhos. O primeiro-ministro britânico disse que uma solução militar poderia levar a uma solução política. Em relação à crítica de que as armas poderiam ir para “pessoas erradas” (extremistas islâmicos cada vez mais influentes entre os rebeldes), ele assegurou ter recebido garantias dos rebeldes sírios que isso não aconteceria.
O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, indicou ontem estar com pressa e que o país poderia armar a oposição mesmo se não houvesse acordo internacional. Segundo ele, a França é um Estado soberano e pronto para agir em coordenação com o Reino Unido.- Nós temos que andar muito rápido - disse.
Para marcar os dois anos de guerra civil, manifestantes foram às ruas da Síria para protestar contra o presidente Bashar al-Assad. Segundo a ONU, o conflito já deixou 70 mil sírios mortos.
Também, hoje, a Síria alertou que pode atacar rebeldes escondidos no vizinho Líbano, caso o Exército libanês não entre em ação, informou a agência de notícias estatal Sana. O Ministério das Relações Exteriores sírio disse ao ministério homólogo libanês, na noite de quinta-feira, que um “grande número” de militantes haviam cruzado a fronteira no norte do Líbano para a cidade síria de Tel Kalakh ao longo dos últimos dois dias, afirmou a Sana.
“A Síria espera que o lado libanês impeça que esses grupos terroristas armados usem as fronteiras como um ponto de travessia, porque eles estão mirando o povo sírio e violando a soberania da Síria”, disse a mensagem diplomática.
O documento disse que a “paciência da Síria não é ilimitada”, embora “as forças sírias contiveram-se, até agora, em atacar gangues armadas dentro do território libanês”. Combates perto da fronteira resultaram em um grande número de vítimas, segundo a Sana, antes de os atiradores recuarem para o país vizinho.
O Líbano tem uma política de “dissociação” com o confronto, mas autoridades afirmam que sentem que seu país está cada vez mais em risco. O chefe da agência da ONU para refugiados, António Guterres, disse que o conflito sírio ameaça a existência do Líbano. Acredita-se que mais de um milhão de sírios buscaram refúgio no país.
- A comunidade internacional deve reconhecer que a crise síria representa uma ameaça existencial para o Líbano.... e deve mostrar um apoio muito maior do que tem feito até agora - afirmou.