Friday, 5 April 2013

Reino Unido, França e Polônia vão manter embaixadas na Coreia do Norte

LONDRES e SEUL — Diante da advertência da Coreia do Norte, que declarou ser incapaz de garantir a segurança das embaixadas na capital em caso de conflito, países como Reino Unido, Brasil, França, Suécia e Polônia disseram não ter planos imediatos de retirar seu pessoal de Pyongyang. Com a escalada de tensões com a Coreia do Sul e os Estados Unidos, o governo norte-coreano colocou nesta sexta-feira dois de seus mísseis de médio alcance em lançadores móveis e os escondeu na costa leste do país, segundo informações da agência sul-coreana de notícias, Yonhap.
A chancelaria do Reino Unido afirmou que o passo é “parte da retórica continuada do governo norte-coreano de os EUA são uma ameaça”.
“Eles deram mais esse passo como parte dessa mesma retórica. Mas não temos planos imediatos para evacuar nossa embaixada”, afirmou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores, que ainda acusou o governo de elevar as tensões através de uma série de declarações públicas e provocações.
Assim como o Reino Unido, um porta-voz da Polônia classificou as últimas declarações como “um elemento inapropriado de pressão”.
- Nós, obviamente, achamos não vemos riscos na Coreia do Norte. E a embaixada polonesa não viu necessidade de mudar sua equipe.
A França também não levou a sério as provocações. O Ministério das Relações Exteriores também negou que Paris tenha a intenção de evacuar seus funcionários da embaixada em Pyongyang. O mesmo argumento foi utilizado por um funcionário do Ministério das Relações Exteriores da Suécia.
O Brasil também pretende manter, por enquanto, sua embaixada em funcionamento. No local, estão o embaixador Roberto Colin e um funcionário. O Ministério das Relações Exteriores confirmou ter recebido o aviso do governo norte-coreano de que todas as representações estrangeiras terão apoio se quiserem retirar seus funcionários do país.
- Estamos em permanente contato com nosso embaixador Roberto Colin e avaliaremos quais são as condições exatas antes de tomarmos uma decisão sobre a permanência dele ou alguma outra alternativa. E (estamos) em contato também com outras embaixadas em Pyongyang - afirmou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
Até os Estados Unidos, que não mantêm relações diplomáticas com a Coreia do Norte e é servido pela Suécia em Pyongyang, ecoou os comentários ingleses e os poloneses.
- Esta é apenas uma série crescente de declarações retóricas, e a pergunta é: para quê? - questionou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
Perguntada se os Estados Unidos tinham recebido quaisquer instruções dos suecos sobre o pequeno número de trabalhadores ou turistas que poderiam estar na Coreia do Norte, a porta-voz disse que não havia indicação de que a Suécia iria acatar a advertência de Pyongyang.